quinta-feira, março 06, 2008

ett, två, tre...prata du en gång till !!!

Sem dominar Viking é dificil a total integracão na sociedade viking.
Lógico e simples.
Dito e assumido.
Voltei por isso para a escolinha de línguas, mais conhecida como universidade do povo (folksuniversitetet).
O resultado foi surpreendente. Alguns meses a ouvir reuniões em sueco, onde uns falam depressa e outros de boca fechada, ajudaram a perceber uma professora que fala devagar e com vocabulário mais acessível. A motivacão para falar aos solucos e com a boca cheia de batatas quentes volta assim aos píncaros.
Na pausa para o café, deambulando pelo corredor, ouvi alunos em coro num dialecto que me parecia familiar. Estavam a aprender os números.
Do lado de cá da parede ouvia-se: "ú, dóiss, tréiss, quátrú, cíncú, séiss, sétxe, óitú, nóví, déiss".
Em coro.
Foi um belo momento.
Até poderia, quem sabe, ter escorrido uma ou outra lágrima se tivesse aquela aula de português a ser leccionada por um português.
Nada contra o povo irmão. Nada mesmo.
Fazem pela vida.
Mas a tão apregoada defesa da língua faz-se, entre outras formas, ensinando-a no seu dialecto original a quem tem interesse em aprender.
O português é a 5a língua mais falada do mundo, claro está, por causa do povo irmão. Percebe-se que usem esse conhecimento como ferramenta de trabalho, ainda por cima com uma comunidade de emigrantes tão vasta.
Ainda assim, acho que o nosso estado, fundacões e demais instituicões ligadas à divulgacão da língua poderiam fazer mais (para não dizer "qualquer coisa") pelo "português de Camões".
Verdade seja dita: antes ver a língua ensinada por um brasileiro do que por ninguém, que é o que aconteceria se a divulgacão da língua ficasse dependente do esforco de governantes e entidades portuguesas.
Mas lá que custa ouvir um sueco dizer "oba, oba" quando se esperava um "porreiro, pá!", isso custa.

Sem comentários: