O carro assinala a bela marca de 190000 Km. Grita pelo Santos e eu faco-lhe a vontade.
Ligo e antes de acabar a frase já o Santos disse: "Tráiz ele prá cá".
É a grande diferenca entre o Santos e os outros mecânicos. Não há listas de espera nem agendas. A qualquer hora e em qualquer dia, é o lema.
Claro que isso aparece na factura, mas nada na vida é de borla.
"Santos, este mês estou com as calcas na mão. Revisão baratinha e não te estiques muito a encontrar problemas! "
Ri-se e concorda.
"Ah, e já agora mete os pneus de inverno sff."
Não há problema. Nunca há problema.
Ali há tudo.
Telefona-me umas horas depois.
"Aí Tjiágú…seu cárro tá bôm. Ele tá bôm. Óleo, filtrú, travão, lúiz trásêira e..."
"Pronto, pronto, pronto…diz-me lá a dolorosa!", interrompo. O dinheiro tem que ir no bolso. Não há cartões ou qualquer outra coisa que sirva para diminuir o lucro. Nota na mão à taxista.
Chego para levantar o carro e como sempre ele explica-me a factura. Olhamos para um papel destinado a um gajo chamado Thiago.
"Isso foi X, áquilo Y e depóis trocámú o outro e foi máis Z…hiii…ólhá aí cára…isquéci di cóbrá a mudanca di pineu"
"Ahh…largaaaa…não mexe Santos!! Fica pelo Natal!!"
"Hii cára…txi cobro 24 córoa (500 paus) pela mudanca dos 4 pineu! Fica cônta cérta i ájuda nú trôcu!! Vái…nórmalmentje cóbrú 250 córoa!!"
"Está bem Santos! Fica por 500 paus."
"Isso Tjiago, isso. Di gráca nem bêijú prá mámâe!"
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