Nós, Portugueses, conseguimos em tudo ver um pouco do nosso umbigo.
O jornalismo de especulacão que cresce a cada dia é um excelente exemplo do que digo. Por vezes oico coisas que me fazem pensar se os jornalistas têm linhas editoriais para seguir ou se apelam a um fantástico sentido de oportunidade.
Em qualquer tragédia que aconteca por esse mundo fora, conseguimos sempre ser a notícia. Se um Tsunami arrasa a costa da Tailândia a notícia não é a morte de 20 000 tailandeses mas a sim a do "português que escapou por pouco e por acaso fez este filme pirata que passamos a seguir". Ontem, no meio daquela calamidade que aconteceu no Brasil, o jornalista da RTP conseguiu o momento "Daily Star" da noite ao dizer "....blá,blá...nesta pista de Congonhas, em tudo semelhante à da Portela, com uma estrada mesmo ao lado...".
Os defensores da Ota certamente alinharam no "Pois, eu não disse?? Podia ter sido na Portela!! "
O problema é que parece que entre a Portela e Congonhas a única semelhanca é mesmo a estrada adjacente. Problemas no escoamento da água, pista curta, sucessivos avisos dos pilotos e histórico de acidentes só mesmo do outro lado do Atlântico.
Mas o que é que isso interessa? Importante mesmo é desinformar.
1 comentário:
Uma vez, numa aula de português e a falar sobre jornalismo, ouvi dizer uma coisa muito sensata. As notícias impressionam-nos mais quanto mais perto estiverem de nós. Se dissermos que morreram 10000 pessoas na China nós dizemos: "xi, que tragédia..." mas não assimilamos bem; se ouvirmos que morreram 500 pessoas em Espanha parece-nos que morreu meio mundo; mas quando nos dizem que o Sr. Joaquim da mercearia foi internado porque partiu uma perna a ir ao telhado não conseguimos evitar a preocupação e dizer: "o sr. joaquim?? Como é que ele está?? E a família?"... Tudo parece mais grave quando é com pessoas perto de nós... Esquecemo-nos que uma pessoa vale tanto aqui como a 50000 Km de distância...
Enviar um comentário