A UE, ou melhor, o Tratado de Roma fez agora 50 anos. Já lá vão uns anitos desde que alguém decidiu criar a extinta CEE. Li algumas opiniões sobre se devemos ou não estar contentes com o facto de pertencermos a esse grupo. Eu acho indiscutivelmente que sim. A nossa "identidade nacional" nunca foi posta em causa como defendiam os euro-cépticos e até ao momento a única desvantagem que vislumbro é a criação de novas formas de economia chamadas "subsídio-dependência". Mas bem vistas as coisas, até nisso mantivémos intacta a nossa identidade, na parte dos chicos-espertos. Foi esta União que permitiu que países como Espanha ou Irlanda saíssem do 3º mundo e se tornassem um sítio melhor para viver. É também este espaço comum que nos permite alargar o nosso "quintal" e trabalhar em mais de 20 países com protecção legal. Há uma claro crescimento nos países que aproveitaram os incentivos de Bruxelas. Não é o nosso caso, mas há que olhar para um continente e não para um só país. Há um pequeno e ligeiro problema. É que este espaço único funciona numa base social. Os mais ricos pagam, os mais pobres recebem durante um espaço de tempo e abandonam a condição de sub-desenvolvidos. Isto em teoria. Nós provámos como pode essa teoria falhar.Significa isso que nos países pagadores mais cedo ou mais tarde surgirão vozes de descontentamento. A Alemanha, um dos países que mais paga, já vê gente nas ruas a marchar contra os subsídios atribuídos aos vizinhos Polacos. "Onde vão gastar o nosso dinheiro?", perguntam. Até nisso temos sorte. Poucos se lembram o dinheiro que gastamos e o pouco que fazemos.Li também algumas asneiras como a ausência de guerras para justificar o desenvolvimento europeu das últimas décadas. Se pensarmos que há 11 anos se deu na Ex-Jugoslávia uma limpeza étnica e que Atocha e Londres foram partes de uma guerra que perdura, percebemos que não é bem assim. O desenvolvimento deve-se aos habituais "motores" da Europa. Alemães que mesmo destroçados por uma guerra recuperaram a liderança dos destinos do continente, britânicos, franceses e nos dias que correm, os espanhóis.
Na frase do dia, Luis "The Great" Delgado, disse que "dentro de 50 anos o mundo será tri-partido: UE, EUA e China". Um visionário este rapaz...Maya põe-te a pau!
Se a UE dentro do Velho Continente tem óbvias vantagens para quem dentro dela vive, o mesmo já não se pode dizer na sua influência nos destinos do mundo. O controle da única super-potência é total. Não respeita qualquer acordo ambiental, militar ou diplomático porque ninguém pode fazer mais nada do que "condenar a atitude dos cow-boys". Os chineses estão entretidos a rebentar com tudo o que é escala de crescimento económico e a UE não tem força para se impor ao Tio Sam. Nesse aspecto, uma Europa Federalista e dominante terá que passar por um braço armado. Não para abrir mais focos de guerra, mas para contra-balançar poderes e evitar o Far-West um pouco por toda a parte. No fundo, fazer de ONU mas com resultado. Para mim, enquanto Português, fico feliz por pertencer a um espaço como a UE. Não só pelo desenvolvimento que isso pode (ainda?) trazer ao meu país, mas também pelo aspecto prático de mobilidade. Há uma diferença grande entre um "emigrante do espaço único" e um de fora. Já o comprovei...
E depois, como já li algures, é sempre agradável pedir uma sangria em Madrid e com o troco comprar um gelado em Roma.
Ps - A foto é no espaço europeu da Manta Rota
3 comentários:
Tu andas é a escrever posts muito grandes para quem tem tão pouco tempo para "visitas" como eu. Essa é que é essa! :)
O que fazias numa das minhas praias?
Tiago, para me situar, onde andas agora? Ou melhor em que país e em que empresa?
No mesmo país (Suécia), na mesma cidade (Gotemburgo), noutra empresa (www.semcon.se)
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