segunda-feira, agosto 14, 2006

Betão armado

Semanalmente recebo a "newsletter" do ExpressoEmprego. Continuo a ficar admirado com as vagas que todas as segundas-feiras aparecem no meu e-mail. Se disser que 70% das mesmas são para Eng.Civis, directores de obra, trolhas e toda essa malta do "ó boaaaaaaaaaa", acho que não estou a mentir.
Respeito como é óbvio, toda e qualquer profissão, mas neste caso em concreto, invariavelmente uma pergunta assalta o meu espírito: ainda há espaço para construir qualquer coisa feita de cimento em Portugal?
Há mais casas do que pessoas, a população está a envelhecer...estarei a perceber mal ou o sentido da coisa deveria ser rejuvenescer o povo, aumentar o número de habitantes e só depois construir mais casas?
Ou serão pontes? Auto-estradas quem sabe?
Não acham que já chega? Não acham que já temos "dormitórios" com fartura?
Será assim tão necessário criar aberrações paisagistícas (caras ou baratas) como telheiras, loures, almada e afins?
Não podemos simplesmente conservar o parque habitacional que temos (e que serve para as próximas 10 gerações!!) e acabar com a especulação imobiliária para que todos tenham acesso a uma casa? Meter o "lobby" do cimento no mesmo saco dos seus congéneres farmacêuticos, petrolíferos, médicos,etc e mandá-los todos para a Sibéria, não tornaria o país mais "leve"?
Meter a malta do "ó lindaaaaaaaaaaaa" a embelezar as nossas cidades e parques, não os tornaria um "bem" mais rentável para a restante sociedade? Até a Expo que começou por ser uma zona habitacional agradável, já vai num corropio de gruas e blocos de cimento a perder de vista...
Sim, eu sei que estou a ser utópico. Os pobres trolhas não têm culpa nenhuma e limitam-se a aproveitar o emprego que o "país rendido aos barões do cimento" lhes proporciona, mas revolta-me e destrói a imagem natural do nosso país, que por sinal, é muito bonita.

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