Um dos grandes problemas de Portugal é a concentracão de ”xico-espertos”
por m2. A outra é o excesso de
advogados. Estes dois factos, quando conjugados, dão aquilo a que se chama na
gíria por “cócó”.
E agora tu
que estás a ler e por acaso até és advogado dizes: “Mas não somos assim
tantos!!”
São, são. E
em escritórios ao servico dos partidos do Centrão, “ui xô tor”, nem se fala.
O camarada Paulo Rangel, cheio de boas intencões presumo eu,
redigiu uma lei toda catita para limitar os mandatos autárquicos dos
dinossauros. O objectivo era
só um: renovacão. Compreende-se. Não é fácil mudar o mapa (corrupto até ao osso)
político em Portugal com as mesmas caras de sempre. Não sendo um apoiante de
Rangel e muito menos do PSD, achei no entanto esta iniciativa muito boa.
Cheirava-me a “vamos lá tentar”.
Comecam a
saltar os nomes dos candidatos às autarquias e aí está, Portugal no seu melhor.
A lei escrita por Rangel permite uma “interpretacão amiga” uma vez que não é
clara quanto aos mandatos em câmaras diferentes. Assim, ao fim de 3
mandatos, os dinossauros saltam para a porta do lado. Não vão contra a lei já
que esta não diz: ”SIM, É em TODO e QUALQUER MUNICIPIO DESTE PAÍS ENTALADO
ENTRE O OCEANO ATLÂNTICO E ESPANHA, E QUE NAO SE CHAME GIBRALTAR, MEU FDP!!!”
Portanto,
são apenas Xicos. E Espertos.
Menezes
tenta o Porto depois de endividar Gaia até aos cabelos. Seara tenta Lisboa
depois de 3285 pequenos-almocos na Piriquita.
O CDS-PP,
esse partido da lavoura, das velhinhas e dos polícias, vai apoiar um jovem
talento em Marco de Canavezes, Avelino Ferreira Torres. Nunca ouvi falar mas dizem-me
que é uma promessa.
Portanto…de
que vale legislar? De que vale tentar melhorar?
O partidos
da mama e dos boys, mal sentem o cheiro da perda de tacho vão a correr para os
escritórios dos advogados, pedem um café do Clooney, e pelas janelas do
palacete vão apreciando as árvores da Av. Da Liberdade, enquanto um nhonhas com
3 nomes tenta dar a volta ao texto.
Mais um
café, um Ferrero, um xixi na Villeroy & Bosch e está a obra feita. “Olhe aqui xô tor, segundo
a lei xx/pUTQTEPAriu não há nada no texto que o impeca de se candidatar a outro
município!”. Brilhante, brilhante.
Não admira
que a Católica tenha decidido encerrar os cursos de Engenharia. De facto, não
há dinheiro aí. Laboratórios, material de apoio caro, muitos docentes…não faz
sentido.
Metem 30
gajos dentro duma sala e passam 5 anos a ler o código civil. Quando o
conseguirem interpretar de 20 maneiras diferentes, consoante a necessidade do
freguês, estão formados. É dinheiro em caixa. E o país agradece, claro.
Cada vez
mais acho que a diferenca entre nós e o Terceiro Mundo, está na água potável.
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