Saiu uma pinguinha com a emocão, os mercados estão aí!!

Ouvi dizer que a crise acabou desse lado. Se não foi isso foi algo muito parecido que eu nao sou picuinhas com as palavras.

Disse Pedro de Massamá que a “boa noticia é que voltaremos aos mercados em 2014” e “já podemos comecar a pensar no pós-troika”.

Esta afirmacão seria grave se não fosse apenas idiota.

A novela portuguesa já nem para o desespero serve. Já não gera emocões, sentimentos ou opiniões. Apenas um encolher de ombros. Uma espécie de “que se lixe, pelo menos o Alentejo deve ficar no mesmo sítio…”

É certo que a situacão da Europa é péssima e a crise internacional tinha que, de alguma maneira, abanar Portugal. Mas, aqui entre nós, ter este rapazola ao leme foi a pior coisa que nos aconteceu desde que convidaram um professor de Coimbra para ministro das financas.

No cenário de crise que atravessamos, com a miséria e dificuldades que as famílias vão aguentando, o governo do PSD tem para o país a utilidade de uma pinca para um maneta.

Como diria o meu avô…”não servem para nada!”

Eu nao acredito que Passos Coelho seja tão estúpido como parece. Acredito, isso sim, que veja em cada um de nós um idiota em potência.

O que é que interessa voltar aos mercados? Qual é a mais valia na actual situacão do país? Zero! Nada!

“Voltar aos mercados” significa, em Português corrente, “pedir emprestado”. Passos Coelho contará que os mercados (investidores privados e bancos) emprestem a um juro mais baixo do que a Troika. Ora…se o país não tem crescimento económico e se limita a sugar impostos para pagar juros da dívida, o que é que interessam os mercados? Quem é que quer emprestar a juro baixo (ou seja, com risco pequeno) a um país que está estagnado há mais de uma década e promete mais uns bons anos do mesmo? Seremos assim tão tapados?

Portugal precisa de produzir para exportar e para consumo interno. Portugal precisa de aprender a viver sem depender de financiamento externo.

Não podemos ajudar, com o erário publico, bancos que se dedicam à lavagem de dinheiro e deixar cair na falência centenas de PME. São elas que criam riqueza em Portugal. Não é o Dias Loureiro!

Isto e a renegociacão da dívida é que são o pós-troika. Continuar de mão estendida na esperanca que o papel de bom aluno nos reduza o juro do financiamento, é apenas mau demais para ser verdade. É de uma falta de estratégia e de uma pequenez política que até dói. Não podemos ter tantos boys sem preparacão ao leme. Não podemos continuar a torrar impostos no BPN, Banif e outros que tal, para depois extorquir a classe media tentando tapar os buracos dos juros da dívida. É a loucura total, o delírio em forma de conferência de imprensa.

Entretanto o Relvas & amigos continuam a fazer as negociatas, o SNS e a escola pública a serem destruídos e os licenciados a contribuírem para os PIBs dos nossos vizinhos.

A Grécia, que para nós é uma espécie de “cenas dos próximos capítulos”, já renegociou a dívida, já a viu em parte ser perdoada e mesmo assim tem um montante astronómico que nunca conseguirá pagar. 500 mil milhões...terei ouvido bem? Quanto é que isso dá em contos?
Alguém, no seu perfeito juízo, acha que nós temos condicões de pagar a dívida externa como ela existe hoje? Era retórica...

Continuem a apertar até a classe média pagante e não-reformada estar toda para lá de Badajoz. É esse o caminho.

Cavaco, se quiseres dizer qualquer coisa que se aproveite, forca rapaz, o palco é teu.