segunda-feira, janeiro 17, 2011

Bom dia


Não tenho especial paciência para lidar com servicos do Estado. Financas, embaixadas, consulados, o que for. Tenho sempre a sensacão que precisam de um papel para tirar outro papel. Não tenho mesmo paciência. Há quem diga que não tenho paciência para nada. Provavelmente é verdade.
Ainda assim interrogo-me, mexendo no queixo com aquele ar de preocupacão, sobre alguns dos caminhos que levam os vossos impostos.
Sim, os vossos.
Quero tirar o passaporte português. Existe um consulado em Gotemburgo (que está aberto 2 dias por semana...uma azáfama) e logicamente pensei que servisse para o efeito. Errado. Apenas a embaixada de Estocolmo emite o passaporte. E porquê? Porque eles têm "a máquina". Muito bem. A primeira pergunta seria: para que serve um consulado que não emite um passaporte e que está aberto dois dias por semana? Mas deixemos isso por agora.
O passaporte. Para o tirar é necessário fazer um Lisboa-Madrid. Que seja então. Mas, trago o passaporte na mão quando voltar para Gotemburgo? Não, nem por isso. Depois de utilizada a "máquina", os papéis seguem para Lisboa para serem carimbados com o cheiro da maresia e voltam depois a estas paragens.
Então...a ver se percebo. Tenho que fazer 1000km para usar uma máquina que ainda assim necessita de mais qualquer coisa de Lisboa. Não podia preencher essa papelada em Gotemburgo então? Eu até não me importava de passar lá numa 3a feira...
Há muito que defendo a reducão das embaixadas e consulados. Se ainda por cima coisas básicas como a emissão de passaportes continuam dependentes de carimbos em Lisboa e de máquinas existentes apenas numa das representacões diplomáticas num país onde a comunidade se extende por 2500km, para quê ter mais do que uma?
Mais uma dica para o camarada Sócrates: apenas uma representacão na Suécia!
E depois...aquele toque tão nosso em tudo o que fazemos. Ligo para a embaixada às 9.20h e ouco a resposta automática: "Ligou para a embaixada de Portugal em Estocolmo. O nosso horário de funcionamento é das 9.00 às 12.00 e...."
Com calma rapaziada. Sem stress.

3 comentários:

Helena Barreta disse...

Como dizia uma colega que tive, quando trabalhei numa repartição de finanças, "vai com calma que o trabalho não azeda".

Se há coisa que me deixa fora de mim é a falta de pontualidade.

Um abraço

Motonauta disse...

Entendo a legitimidade de todas as questões e realmente há coisas que não se compreende mas a mim parece-me que emitir um passaporte é tudo menos básico e penso que ainda bem que assim é. Ou gostarias que andasse alguém com o "teu" passaporte a fazer-se passar por ti porque emitir um passaporte é uma coisa "básica" que qualquer um conseguiria fazer?
É quase como se emitir dinheiro fosse uma coisa básica.

Anónimo disse...

Caríssimo TB, eu não espero que um passaporte seja emitido na seccão de congelados do Continente, na padaria da esquina ou na estacão de servico de Aveiras. Ou seja, não espero que qualquer um o consiga fazer :)
Esperaria no entanto que um consulado de Portugal fosse capaz de emitir tal documento. Parece-me lógico. Também aceito que o consulado não emita um passaporte, mas nesse caso, confesso que tenho muitas dificuldades em perceber para que serve tal espaco.

tf