quinta-feira, julho 31, 2008

AC DC, acid house




O grande problema do ar condicionado é não trazer aromas. Como o Epá.
Toda a gente sabe disso.
Embora o Epá seja até à data o melhor gelado da história.
O ar condicionado não faz milagres, limita-se a empurrar ar fresco e tentar renovar o que lá existe. As moléculas de odor entram no movimento em direccão a um filtro. Em teoria, o ar deve regressar fresco e limpo. Na prática sente-se mais frio e espalha-se o cheiro.
E porque é que isto poderá ser um problema numa terra onde o calor não é propriamente o busílis? Por isso mesmo.
A ausência de meses de calor, faz crescer uma certa ansiedade nos locais.
Mal o termómetro bate os 20 graus, aparecem os calcões, enchem as esplanadas, abrem a capota e ligam o ar condicionado (deduzo que nos carros de capota aberta não).
Há que aproveitar cada raio de sol e usar invencões originalmente pensadas para países tropicais. São aqueles 4 dias de loucura.
E o que tenho eu contra? Nada. Rigorosamente nada.
Há um ligeiro problema no odor. Mas é coisa pouca.
O banho por estes lados não é aquela coisa indispensável. Sim senhor, vão ao chuveirinho, mas se falhar um dia aqui ou um dia ali, ninguém se chateia.
O hábito de tirar o sarro foi introduzido pelas cortes francesas, na altura em que os impérios eram aliados e faziam intercâmbio de princesas para fortalecer os lacos.
Ou seja, aprenderam a tomar banho com os franceses.
Promete isto...
Luis XIV, amigo de Dartacão, era segundo Dumas uma jóia de moco, mas banhoca não era com ele. Luis XVI tinha ideias novas e Maria Antoniette já puxava mais para o limpo, mas o povo não perdoou a audácia e fez descer a lâmina. Bonaparte exigia a Josefina uma pele imaculadamente suja. Quando a água se esgotar no planeta, os franceses terão a consciência tranquila.
Honra lhes seja feita.
Mas e os suecos? Num país onde há água em abundância, a heranca francesa é respeitada.
Mais por uns do que por outros. Parece-me que os fiéis seguidores trabalham todos comigo.
Nestes dias de sol, é sempre agradavel entrar num carro e sentir o fresco do AC com aquele piquinho a refugado. Suam em barda e fazem questão de espalhar o odor num raio de 5m.
Ainda tento abrir a janela e cheirar um escape de camião, mas nem isso me vale porque "assim entra o calor pááá!!"
Já no escritório a conversa é outra. Sabendo de antemão quem são os fedorentos, é só passar ao largo de 10m das respectivas secretárias.
Querem marcar uma reunião?
Certo. Mas no jardim camaradas.
Ou então lavam-se.
Ou usam roll-on.
Ou ambos, quem sabe.
Por agora, limito-me a seguir o mapa de guerra.
É só pisar na área verde e estou safo.



2 comentários:

Sávio Fernandes disse...

Eu partilho da opinião da Inês: os teus textos são mesmo "do melhor". Acho que podias ganhar um "guito" se cobrasses entrada.
[...com excepção para quem faz elogios, claro.]

Anónimo disse...

Obrigado :)
Os textos servem para libertar o stress do dia-a-dia, nada mais :)
Ahh...e para não perder o contacto com a língua, claro!

tf