domingo, junho 08, 2008

Empurra, com força e para fora!


A manifestação de alunos que vi nestes dias nos noticiários, foi das coisas mais tristes a que já assisti.
Nada contra o direito que qualquer um de nós tem de se manifestar, mas convenhamos, ver putos de 10 anos aos gritos levanta logo aquela questão básica: sabem porque reclamam?
Não, não sabiam. E é óbvio que não podiam saber. Se soubessem não tinham 10 anos. Torna-se também lógico que os miúdos foram usados como arma de arremesso, por parte dos graúdos. E aposto que não foram os pais...
Se assim não fosse, que sentido faria reclamar o estatuto do aluno (admitindo que há algo para reclamar...) 10 meses depois da sua aplicação?
Voltando a quem mexe os cordéis, os professores, estranho estes gritos constantes. Não foram eles que assinaram o acordo para este ano? Porquê tanto banzé antes de cumprirem o primeiro ano de avaliações a que se comprometeram?
Há ainda um problema de fundo que não consigo perceber, e aqui, incluo também a oposição para quem, na falta de opções, usa esta agitação como um oásis político: para quem não concorda com a avaliação (professores e oposição) qual é a alternativa? Ainda não ouvi ninguém dizer que o modelo do governo não presta mas que este, aquele ou o outro seriam melhores. Não chega gritar e dizer não. Há que sugerir novos caminhos, caso contrário, debate-se a demagogia e os interesses do momento. Não se avança. Mas aqui também não há novidade.
Eu percebo que um professor não queira ser avaliado. Só gostava é que explicasse porquê. Não quero, porque não, ensiram-me em pequeno que não consta dos manuais de respostas.
Todo e qualquer profissional é avaliado. E sim, uma avaliação é quase sempre injusta, mas estamos todos sujeitos a elas. É a única forma conhecida (mesmo com as injustiças praticadas) de separar quem trabalha de quem se coça nas paredes. Quererão os professores um reconhecimento de classe como aquele que Alberto Garden aplicou na off-shore? "Aqui, não se aplica nenhuma avaliação de professores este ano!! Todos foram já avaliados e com muito bom!!"
Camaradas, nem o Estaline se lembrava de uma destas. Todos diferentes, todos iguais. Que motivação tem um profissional quando sabe que o esforço tem a mesma recompensa que a inutilidade? Décadas de administração pública com progressão por idade não nos ensinaram nada?
Sou o primeiro a defender a luta sindical e a reinvindicação de melhores condições para qualquer classe profissional mas a Fenprof não procura nada disso. Defende a mediocridade e a limita todo e qualquer tipo de evolução. E têm conseguido.

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