Já que falam no Salvador...ahn? Não falaram? Bom, mas poderiam ter falado.
Há já algum tempo que quero dizer duas ou três coisitas sobre a malta do "atira melão", mas, por coincidência do destino dei hoje no DN com um artigo escrito pelo João Miguel Tavares, que ou muito me engano, ou foi ditado por mim.
É tão chapa 5 do que penso que não resisto a fazer um post "Luis Delgado".
Ora aqui vai: Ctrl+C e sem tirar os dedos Ctrl+V
"Mais uma palavra elogiosa sobre a selecção portuguesa de râguebi e a sua paixão pela pátria e o seu amadorismo tão profissional e o seu extraordinário esforço e como devemos estar todos tão orgulhosos e como eles são um exemplo para nós - e eu regurgito. A sério. Se os elogios parvos tivessem açúcar estávamos todos diabéticos. Agradecia que os admiradores do râguebi não me imaginassem já a ser violentamente placado contra um muro de cimento. Juro por todos os santinhos que nada tenho contra a modalidade. Gosto muito de ver os jogos e quase me comovo com a haka neozelandesa. Mas para tudo existe uma medida certa. Sim, os rapazes portugueses são esforçados. Têm o seu mérito. Parecem simpáticos na televisão. Não são dados a peneiras como os tipos do futebol. E cantam o hino nacional com um tal entusiasmo que se Louis Pasteur fosse vivo ainda os vacinava. Mas daí a transformá-los nos maiores heróis da Nação só porque andam num campeonato do mundo a perder os jogos todos (e por muitos) é capaz - digo eu - de ser um bocadinho exagerado. Dir-me-ão: "Ah, e tal, são amadores, passaram muitos anos a lavar as suas próprias camisolas, e veja onde eles chegaram." Até pode ser. Embora, tendo em conta os estratos sociais de onde vem a maior parte daquela rapaziada, seja bem mais provável que tenha sido a dona Mariazinha ou a menina Svetlana a lavar-lhes a camisola. Mas passemos ao lado das questões de classe, ainda que elas expliquem muita coisa. O certo é que, mesmo tendo em conta os objectivos (modestos) anunciados, a selecção ainda não cumpriu nenhum. Contra a equipa da Escócia os portugueses queriam perder por menos de 30 e encaixaram 56-10. Contra a Nova Zelândia queriam que os All Blacks não chegassem aos 100 pontos e perderam por 108-13. Contra a Itália nem percebi qual era o objectivo e levaram 31-5. Mas o mais extraordinário é que, percam por quantos perderem, os "lobos" têm sempre garantidas umas festas na cabeça por parte da comunicação social. Título do Público após o 31-5: "Ficou a sensação que era possível derrotar a Itália." Ficou a sensação, ficou. Eu às vezes também tenho a sensação que podia jogar melhor à bola que o Messi. Que podia ser mais esperto que o Bill Gates. E que a Nicole Kidman podia perfeitamente sussurrar-me ao ouvido: "Ao pé de ti, o Tom Cruise é um badameco." São sensações. Não costumo é puxá-las para título de jornal. Mas, de quando em quando, a Pátria dá nisto: elege os seus heróis, fecha as cortinas do pensamento, e chora muito a ouvir o hino nacional. É esquisito. Mas é assim. "
1 comentário:
Hola amigo! Desde España te mando un cálido saludo capaz de derretir el hielo de Suecia.Me gusta mucho tu blog y a pesar de mis dificultades para el idioma portugués ( lindo idioma) trataré de visitarte con frecuencia.Enhorabuena y mis mejores deseos de amor,paz y felicidad!!
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