Desde os meus tempos de gaiato….
Sempre quis comecar uma frase assim.
Mas não sei como a continuar.
Fica o registo para mais tarde ler e pensar "porque escrevi isto?".
Mudo então o flanco ao jogo e recomeco.
O intercâmbio cultural enriquece-nos. Um dos aliciantes de viver fora do nosso espaco é perceber o que é que para os outros é comum.
Qual é a sardinha dos outros povos? Onde é que meia branca dá estilo? Será que cuspir para o chão é normal? O palito deve seguir o café?
E por aí fora.
Há também a razão que leva cada um a sair do seu país. Normalmente não desperta tantos sorrisos mas ilustra o que nos separa para além das fronteiras. Aprende-se mais numa conversa do que em 7 livros.
O meu novo colega veio há mais de 15 anos da Eritreia. Quer dizer, quando ele de lá saiu o país chamava-se Etiópia. Já a Suécia lhe tinha aberto as portas quando o nome mudou para Eritreia.
Histórias de chacinas, fugas pelo deserto, noites ao relento com temperaturas negativas, perdas de familiares e mais uma série de horrores que normalmente nos chegam documentados em livros e filmes. Contado na primeira pessoa e com uma naturalidade de quem sabe que aquilo não existe apenas nos filmes.
Fiquei calado e quieto a ouvir.
Perguntou-me então porque tinha eu emigrado? Que queixas tinha eu do meu país natal?
O bom senso mandou-me estar calado e continuar a ouvir.
1 comentário:
É a teoria da relatividade...
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