Sá Fernandes, eleito pelo BE para a CML foi o único "esquerdista" a alinha com o novo preseidente António Costa. Há quem diga que ele (Fernandes) deixou cair alguns cavalos de batalha para assinar este acordo, há quem diga exactamente o contrário. Especula-se portanto.
Sá Fernandes assumiu-se ao longo da campanha como o grande responsável (por causa das denúncias de "negociatas" feitas ao longo de 2 anos) pela realizacão das intercalares. Até acho que ele merece esse crédito e por isso o benefício da dúvida neste acordo. Se obrigou António Costa a apertar com a Administracão do Porto de Lisboa e se daí se conseguir recuperar a zona ribeirinha para os lisboetas, já não será mau.
De esquema em esquema, comecei a pensar na nossa classe política e em como esta gente não tem a mínima hipótese de fazer algo pelo País.
Dizia A. Costa, sobre a polémica do seu n2 (Arquitecto Manuel Salgado), que não podemos exigir pessoas válidas na polítca e esperar que nunca tenham trabalhado na vida. Se nunca trabalharam como podem provar a sua mais valia para a causa pública?
Concordo com esta visão. Da mesma forma que defendo que um professor universitário deve trabalhar fora do mundo académico antes de leccionar, também acho normal que um economista, humanista, engenheiro, arquitecto, jurista, gestor e por aí fora, trabalhem e ganhem nocões de funcionamento do "mundo real" antes de poderem contribuir na melhoria do Estado. Assim sim, o Estado seríamos nós.
Agora, que mais valia traz um gestor que aos 20 anos se meteu numa JS ou JSD e que desde que acabou o curso universitário, escolheu um líder para bajular abrindo assim caminho para uma série de lugares? Como pode este gajo 10 anos depois gerir uma empresa de capitais públicos, se nunca passou por uma multinacional, se nunca teve objectivos claros para cumprir, se nunca correu riscos por falta de produtividade ou se não faz a mínima ideia do que fazer para estimular colaboradores? Um engenheiro que nunca assinou um projecto ou um economista que o mais perto que esteve da banca foi o dia em que pediu um crédito habitacão...que mais valia para a coisa pública representa esta gente?
É esse um dos grandes problemas do nosso país. A actual classe política faz carreira dentro do dinheiro público, sem que alguma vez tenham percebido como se pode viver fora dele. Não têm conhecimentos ou sabedoria que possam emprestar ao país. Aprendem o discurso político que se resume a florear para não dizer nada e são mestres na arte da argumentacão. Trabalho efectivo? Mais valia real? Zero.
Lembro-me de ver um ministro de Sócrates ( Economia ou Financas, já não sei...mas também não é relevante... que ao que parece era brilhante na sua área) admitir (depois de umas quantas engasgadelas na AR) que não era político de carreira. Era uma real mais valia, sabia do assunto, mas não soltava a língua como a maioria. Achou que estava no sítio errado e voltou para a sua profissão. Nos últimos anos, quantos governantes apareceram com provas dadas no mundo real? Guterres, Durão, Santana (que custo incluir este nome...) e Sócrates. Nenhum fez nada na vida além de seguir o líder certo, no momento certo. Sócrates tem pelo menos o dom de aprender durante o percurso e ao que parece mais depressa do que os outros. A política em Portugal não é uma arte ao servico da Nacão, mas sim um atalho para a reforma.
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