quarta-feira, maio 02, 2007

O pastel de nata

Vi o "derby" no clube português de Estocolmo. Caminhámos uma boa hora em passo de corrida para ver aquela miséria. Se não fosse a "mine" e o pastel de nata, confesso, teria sentido uma enorme frustracão.
Agora que acabou a época em termos matemáticos, na prática nunca existiu desde o anúncio de que o Nando vinha escavacar o ninho da águia, importa fazer um pequeno balanco.
Não é que eu seja um entendido, mas o facto de ter olhos na cara já me coloca alguns degraus acima do engenhêirú.
Ontem, enquanto via o Chelsea-Liverpool lembrei-me do Nuno Gomes. Por oposicão de fase, mas lembrei-me. Os jogadores do Chelsea, numa licão fantástica de táctica passaram 1 hora a despejar bolas do meio campo para a área do Liverpool (boa "special one", por essa eles não esperavam!!). Apesar do requinte táctico duvidoso, reparei que o Drogba, sozinho no meio da defesa do Liverpool, ganhou quase todas as bolas. Depois não se safava é certo, mas era rara aquela que ele não conseguia segurar ou distribuir pelos colegas. E foi exactamente aqui que me lembrei do pontas sedosas. Há pelo menos 10 anos que eu espero ver o Nuno Gomes ganhar uma bola a um central e passá-la a um companheiro, ou então, loucura das loucuras, chutar para a baliza (marcar também já não seria necessário). É claro que para isso ele teria que saltar em qualquer zona do campo excepto e saliento esta parte, excepto nas costas do central. Oportunidades consecutivas dão-se quando ainda há margem de progressão. Aos 30 anos ou percebes do assunto ou não.
A equipa não é brilhante, mas teria servido perfeitamente para algumas alegrias (pelo menos nas competicões nacionais). Um planeamento adequado teria incluído nas compras de julho um avancado eficaz (daqueles grandes que ganham bolas). O Miccoli é bom mas é só um. N.Gomes, Mantorras e Derlei não cabem num clube como o Benfica. O plantel pode ter 25 jogadores mas na prática funciona com 10. Quando jogadores como Katsouranis, Nelson ou Simão não estão presentes ou em forma, não há ninguém que os substitua. De uma defesa que até era o ponto mais forte da equipa, resolveram vender um dos esteios (R. Rocha) e permitir que o Anderson comecasse a distribuir brindes em cada jornada.
O Nando, ignorando por agora os seus conhecimentos técnicos, é um treinador da velha escola mas sem a parte da disciplina. Ou seja, não tem nada que se aproveite. Insiste numa táctica tenha ou não jogadores para ela, não sabe ler o jogo e limita-se a correr atrás do prejuízo nos últimos 10 minutos (quando apela ao Mantorras). Não seria capaz de motivar um carteirista numa boca de metro. Os jogadores não o seguem, ouvem ou respeitam.
Sai mais barato deixar o Rui Costa seguir para treinador ou usar o recurso-maravilha Chalana. Toda e qualquer solucão é melhor do que deixar lá este gajo que nasceu para perder.
Contractar o F. Santos foi um erro e errar é humano. Não aprender com os erros já é burrice.

2 comentários:

Sandrinha disse...

Eu também vi... e mais valia não ter visto... que desgraça!

Inês disse...

O Nando é só mais um desastre de muitos nesta direcção... Já chega.. O Benfica não se pode contentar com um campeonato de 10 em 10 anos ou de 5 em 5. Está na altura de alguém pegar naquilo e dizer: "este ano é para ganhar!".