segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O café com leite

Já outras fotografias necessitam de palavras. Esta por exemplo.
Munique foi o paradeiro deste fim-de-semana. E porquê?
E porque não? Uma novidade é sempre uma novidade e além disso, 2 dias com duche dentro de casa é um mimo apreciado por estes lados. Depois, e passe a publicidade, não há promocões (ups...parece que hoje também não temos cedilha) como a dessa low cost Luft-não-sei-quê !
E o que há para dizer de Munique? Coisas. Essencialmente isso.
É uma cidade cosmopolita, com um conjunto de pracas monumentais que não nos deixam esquecer que estamos na Europa (esta dica tirei da Rotas&Destinos). Tem uma arquitectura "mista" onde estilos mais clássicos estão "paredes-meias" com estruturas modernas. Um clássico na bombardeada Alemanha dos anos 40. Come-se bem e não se bebe cervejola com menos de meio litro. Há uma enorme oferta cultural e de espacos de lazer. Destaque para um parque enorme na zona norte da cidade onde os bávaros passeiam, praticam desporto, visitam a torre chinesa ou bebem chá no pavilhão japonês.
Nota também para a evolucão em duas rodas. Tal como em qualquer cidade europeia que se preze, Munique está carregada de vias para caminhar ou pedalar (Carmona, acorda pá!!).
Os antigos palácios do governo (Residenz), a actual câmara (Rathaus), as inúmeras igrejas (com destaque para a da "N. Senhora" FraueKirche) e os museus de arte justificam bem uma visita à capital da Baviera.
Para estadias mais prolongadas é bom lembrar que os alpes estão apenas à distância de "um saltinho".
Problemas: basicamente os alemães.
Ehhhhhhhhhhhhhhhh...lá estou eu a exagerar!!!
Não é bem assim...mas passo a explicar. Sou um admirador do povo alemão comeco por dizer. Recuperaram um país retalhado pelos Aliados, completamente esburacado e na miséria. Construiram em algumas décadas o motor do Continente. Económica ou politicamente falando.
Isto é óbvio e tudo muito giro e tal. MAS, quando me desloco enquanto turista o que quero é lidar com gente educada. Não precisam de ser simpáticos. Basta que sejam educados.
Da mesma forma que não gosto da simpatia forcada porque o turismo é a única fonte de rendimento (cubanos/brasileiros e por aí fora), também não gosto daquele ar de frete "ai-que-chatice-tenho-que-responder" ou do saudosimo nacionalista "aqui-na-GLORIOSA-ALEMANHA-um-café-é-assim!!!" .
Claro que há gente simpática em todo o lado, mas a imagem geral de um povo é algo tão injusto como permanente (e aqui não me refiro a caracóis (e se me referisse a caracóis não seriam daqueles de comer com o palito)).
No posto de turismo da principal praca de Munique (a que está na foto antes da Mariana) ouvi a resposta mais genial de sempre para a pergunta: "Que sítios podemos ver na volta de autocarro pela cidade?"
"Os principais", disse ela com ar de quem prestava um exemplar servico.
É certo que não têm no turismo a sua principal indústria, mas os camaradas podiam fazer um esforco maior, a bem de um país com cidades monumentais e paisagens fabulosas.
Uma última e importante dica sobre a cidade. É no seu museu de arte moderna que está exposta uma das versões do quadro mais conhecido de Van Gogh ("Sunflower"). Um dos quadros mais famosos do mundo e cuja origem se deve apenas a uma tentativa de decoracão. Van Gogh pintou-o 2 anos antes de morrer para alegrar o quarto onde esperava receber Gauguin, que muito admirava e que nunca apareceu.
Em resumo, Munique vale a pena (e agora vou terminar à Luis Delgado) por muitas e determinadas coisas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que coincidencia! Tenho este quadro no meu quarto à espera para ser pendurado! Claro está que é uma cópia mas mto original. É feita por um alemão (!) de Vila Real Sto António e em papel de seda!! Mas é pintura! Claro que para mim que sou uma leiga na matéria acho o quadro mto bonito pq tem girassóis e pq foi o meu pai que ofereceu!
Xana