Ao passar os olhos pelo DN parei neste artigo do L.Delgado.
Com tudo estruturado por pontos pensei: "queres ver que foi desta que ele pensou um pouco antes de escrever?"
Depois de ler a respectiva análise ao falhanço no Iraque (que provavelmente pediu à Paula Sá para lhe ditar), fui obrigado a manter a minha opinião de "como é que um gajo destes escreve no DN??".
Eliminando as partes de pura opinião (que só por si explicam tudo, mas...), não consigo deixar de destacar 3 pérolas:
1- "Na verdade, o Pentágono, o Departamento de Estado e a Casa Branca concentraram-se apenas nas operações militares, que, convenhamos, foram conduzidas de uma forma brilhante e extraordinariamente eficaz. Metade das forças reunidas dez anos antes, para a "Tempestade no Deserto", com uma missão duplamente mais difícil do que em 1991, desencadearam um ataque que em três semanas derrubou o regime e tornou inoperacional um dos maiores Exércitos da região."
2 - "Rumsfeld, na verdade, deveria ter "acabado" aí, no preciso momento em que era necessário consolidar a paz e transferir o poder para os moderados iraquianos. É o primeiro grande erro dos EUA, e a partir desse momento, à falta de qualquer plano, começa tudo a correr mal. Rumsfeld não abdica da euforia da vitória fulminante e entra em conflito aberto com Powell, sem que a Casa Branca consiga impor uma visão e um calendário para o futuro."
3- "Pior: à falta de uma oposição iraquiana, decapitada por Saddam ao longo de décadas, não emerge um líder inquestionável, ou seguro, como no Afeganistão."
1) Constato que subiram para 3 o número de pessoas que realmente acreditam nisto. Além do Delgado, o próprio Saddam e aquele cómico ministro da comunicação também pareciam acreditar. Para o resto do mundo, o exército Iraquiano estava ultrapassado e muito debilitado por causa do conflito no Golfo em 91, no tempo do papá Bush. Os efectivos e meios materiais eram em 2003 muito inferiores. Das 40 divisões do exército regular, restavam agora 17.
Saddam viveu de um "bluff" que ninguém acreditou.
2) O primeiro erro dos EUA aconteceu muito antes de qualquer soldado chegar a Bagdad. Não pela forma escolhida para a "transição democrática" mas sim por uma invasão não autorizada pela ONU e com fundamentos falsos (até a casa branca assumiu o "erro" das armas de destruição maciça, etc, etc).
3) Hamid Karzai foi escolhido pelos EUA para suceder ao regime dos Talibãs. Ficou provada a fraude eleitoral, mas Karzai foi declarado vencedor.
Os Talibãs reorganizam-se no sul do país e este ano já morreram mais de 4000 pessoas, com as contantes revoltas e guerrilhas.
A situação no Afeganistão (5 anos depois da invasão) não é tão grave como no Iraque (e isto apenas porque não é possível um caos maior), mas as balas continuam a voar, as pessoas a morrer, o regime político em constante sobressalto e o país a depender quase exclusivamente da ajuda internacional. É esta a definição de um líder inquestionável e seguro?
Delgado, cá para nós que ninguém nos ouve: tu acreditas mesmo no que escreves?
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