quarta-feira, setembro 13, 2006

A caneca

Quem imita quem?
Ainda não percebi quem o faz.
Se os suecos imitam os americanos, ou se, numa das muitas vagas de emigração levaram para lá os seus hábitos. Tendo em conta que depois de enfiarem os índios nas reservas os americanos construiram apenas 200 anos de história e formaram o seu "povo" com gente de todo o mundo...bom, fico na dúvida.
É normal no fim-de-semana ver muitos suecos de blusão de cabedal, com "popa John Travolta" a passearem os respectivos corvettes, cadillacs, chevrolets, etc, de preferência descapotáveis dos anos 50/60 e nunca, mas nunca com menos de 10m de comprimento...
Há bandeiras por todo o lado, cafés "Sport" com écrans gigantes para verem os vários desportos, muita comida de pacote e mais uma panóplia de coisas que só tinha visto nos filmes ou na terra do Tio Sam.
A última delas é: a Caneca.
Não há filme de hollywood onde o advogado, o polícia, o bombeiro e outros tantos, não tenham por perto a sempre fiel caneca de café. Tal como o computador, a mesa, a caneta e o urinol, a caneca faz parte do economato.
Por aqui, não há reunião ou simples "ajuntamento" popular que dispense tal artefacto. É curioso, nunca tinha visto e cheirava-me apenas a mais uma "americanada". Arranjei uma caneca para mim e toca de ir para as reuniões "chupar" café como os restantes (sim, eles não "bebem"...beber é engolir um líquido sem acordar um morto! Aquele basqueiro que fazem é a chupar o café...).
Já tinha reparado que esta malta não é muito dada aos livros da Bobone. Arrotam de boca aberta , chupam maçãs, chupam café, comem só com um garfo, empurram com o dedo, enfiam os olhos no prato e só os levantam depois de acabarem a palha, tiram a comida dos dentes com os dedos e de boca aberta, etc,etc. O que não tinha reparado ainda é o estado de putrefacção que apresentam as canecas alheias. Há camadas e camadas de café em todo o seu interior e marcas de boca espalhadas em todo o rebordo exterior. Aquelas canecas gritam por água desde o dia em que nasceram. Eu até estou convencido que o raio interior da caneca diminui de tal forma com as "crostas", que pouco espaço lhes sobra para despejar nova dose.
Por outro lado, imagino que de cada vez que despejam café quente, derretem um pouco da crosta da vez anterior, o que deve proporcionar um toque "antigo" ao café. Talvez seja bom.
Vou encher a minha chávena. Dentro de minutos vai começar uma conferência telefónica com uns colegas de Detroit e estou curioso para ouvir o "chupar" de café dos dois lados da linha.
Será em stereo?

4 comentários:

Inês disse...

ahahaha Não consegui conter a gargalhada com a descrição dos bons modos suecos. Vê lá se não calha de trocares, sem querer, a caneca, e em vez da tua lavadinha ficas com a do homem do lado com os vestígios de café das outras tantas vezes :P

Inês disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Sandrinha disse...

E o belo do copinho descartavel, não era boa ideia para esses casos?

(estou a ler tudo o que "perdi" com as minhas férias...já ri e já chorei... eu tambem sou de lágrima fácil!!)

Tiago Franco disse...

:)