quinta-feira, novembro 09, 2006

A Paloma

Ontem foi um daqueles dias que (nas 8h pagas!!) valem apenas pelo fim.
Frio na rua e suor no corpo. Nervos acumulados, incertezas de última hora e um sem número de objectivos em paralelo.
Num mundo perfeito todos estariam felizes no fim, mas não inventaram ainda esse mundo.
Assim sendo, resta o eterno bailado dos elefantes na loja da Vista Alegre, vendo quem se consegue mexer partindo o menor número possível de pratos.
Faltou apenas alguém chamado Paloma para me sentir num episódio de uma novela venezuelana.
Cintura a bailar, conversas cruzadas, interesses diferentes e a certeza de que não me mexo naturalmente nestes relacionamentos institucionais.
Gosto de dizer o que me vai na alma e abrir a boca "sem pensar". Não será a atitude mais inteligente, mas há um canal que a liga ao coração sem passar pelo cérebro. Defeito de fabrico.
O jogo: Eu vs cliente, eu vs empresa A, eu vs empresa B, empresa A vs cliente, empresa B vs cliente, empresa A vs Empresa B.
São muitas combinações para ficarmos todos a sorrir. Há boas intenções e profissionalismo qb, mas no fim sabemos que alguém vai ficar entalado ou pelo menos "partir mais pratos". Também estes movimentos são totalmente novos para mim. Não posso dizer que goste e os nervos convertidos em suor desgastaram o sanex (que diga-se, aguenta tudo e mais alguma coisa. Óptimo produto! Nervos? Sim..Odores? Não!!).
O sorriso veio no fim com alguma sensação de alívio. Ser honesto não foi o mais profissional, mas foi o mais importante para a minha consciência.
Entrei na loja de patins e passei nos corredores sem abanar a louça. Sinto-me bem. E aliviado, muito aliviado.
Como se não bastasse a minha própria novela, a GM resolveu arranjar uns episódios extra e uns gajos de salários altos resolveram dar uns gritos.
Gritos significam movimento. É preciso levantar pó do chão e circular pessoas. Fazer testes, ensaios, reuniões, beber café noutra sala, levantar folhas ou mostrar power points. Qualquer coisa serve. É a chamada estratégia do "tudo-vai-ficar-na-mesma-mas-pelo-menos-a-malta-que-ganha-como-gente-grande-percebe-que-nos-estamos-a-mexer".
Desta vez também me toca a mim e por isso vou beber um cafézinho a Frankfurt, parece que é enriquecido com cevada.
Aproveito para comprar salsichas e quem sabe umas flores :)
Até já e se for caso disso, um bom fim-de-semana.

Tiago

Ps - sim Mãe, eu telefono.

6 comentários:

Anónimo disse...

Incrível, ler um texto sem percebr rigorosamente nada...boa!
Beijinhos

Tiago Franco disse...

Lê sem ser na "diagonal" :)

Sandrinha disse...

Só espero que a tua "novela Mexicana" tenho um final feliz!

:o)

Rui Silva disse...

Que grande baralhada. Este texto é a prova que se pode escrever muito sem dizer (quase) nada. Boa viagem!

Anónimo disse...

Boa viagem e cá espero pelo telefonema.
Beijocas grandes
Ana

clara disse...

eu gostei imenso do texto :) se calhar escapou-me alguma coisa ... :)